No Brasil, este
evento é também organizado pela Pastoral da Aids – CNBB denominado “Vigília
pelos Mortos de Aids” que reafirma neste ano “tantas vidas não podem se perder”
em várias celebrações litúrgicas e demais atos públicos espalhados pelas federações.
Trata-se de em momento histórico para lembrar os amigos e familiares que
perdemos e aumentar a conscientização sobre o HIV, transformando a saudade em
atitudes de solidariedade e cuidado à vida, "Refletindo sobre nosso
passado, cuidando do nosso futuro!".
Quando o
Memorial da Luz de Velas contra a AIDS foi realizado pela primeira vez no ano
1983, ninguém poderia ter previsto a escala e o impacto da epidemia global de
HIV que agora está em sua terceira década. Com milhões de vidas perdidas e
cerca de 37 milhões de pessoas atualmente vivendo com o HIV e nos permanecemos
profundamente desafiados por essa epidemia. Para alguns, o HIV tornou-se uma
doença crônica manejável, mas para muitos o HIV é luta de vida diária que
reivindica por tratamento e cuidados, alimentação adequada, moradia e renda,
muitas vezes em face do estigma generalizado relacionado ao HIV, discriminação
e discriminação.
É postura dos
cristãos defender a vida, principalmente onde ela é mais ameaçada. E por isso,
não podemos aceitar que tantas vidas se percam para a Pandemia da Aids. Com
isso, seguindo os ensinamentos de Cristo, queremos fazer memória em busca da
atualização do mistério salvífico, anunciar o Reino e denunciar os sinais de
morte presentes em nossas diversas realidades sociais. E como sal da terra e
luz do mundo, testemunhar “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me
ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade
aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos” (Lc
4,18) e “curar os doentes” (Mc 6,13).
Por ocasião do
dia mundial de luta contra aids de 2016, o Papa Francisco fez um apelo: “Milhões de pessoas convivem com esta doença
e somente metade delas tem acesso a terapias. Convido a rezar por elas e por
seus caros e a promover a solidariedade para que também os mais pobres possam
beneficiar de diagnósticos e tratamentos adequados. Por fim, faço um apelo para
todos adotem comportamentos responsáveis para prevenir ainda mais a difusão
desta doença”.
A epidemia do
HIV continua a revelar diversas formas de violência, como a injustiça e a
exclusão em nossas sociedades. Mas há esperança enquanto abrirmos espaços para
a solidariedade e resistência contínuas de todas as comunidades que carregam o
peso dessa epidemia, incluindo homens gays, transgêneros, profissionais do
sexo, pessoas que usam drogas, mulheres e meninas, jovens, adolescentes e
crianças.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que desde o início da epidemia, em 1981, até os
dias atuais, cerca de 35 milhões de pessoas morreram de aids. E segundo o
Boletim Epidemiológico (BRASIL, 2017). Desde o início da epidemia de aids
(1980) até 31 de dezembro de 2016, foram notificados no Brasil 316.088 óbitos tendo
a HIV/aids como causa básica (CID10: B20 a B24). A maior proporção destes
óbitos ocorreu na região Sudeste (59,6%), seguida das regiões Sul (17,6%),
Nordeste (13,0%), Centro-Oeste (5,1%) e Norte (4,7%). Em 2016, a distribuição
proporcional dos 12.366 óbitos foi: 42,4% no Sudeste, 21,3% no Nordeste, 19,6%
no Sul, 10,2% no Norte e 6,5% no Centro-Oeste.
O Memorial
internacional à luz de velas da aids nos lembra do tremendo impacto que o HIV e
o movimento da aids tiveram em nossas vidas. O Memorial enfatiza a necessidade
das pessoas que convivem, vivem e são afetadas pelas realidades do HIV unirem
as mãos e refletirem sobre o passado e as vidas preciosas que foram perdidas. O
Memorial também nos convoca a compartilhar nossas histórias de desafio, perseverança
e triunfo para educar as gerações atuais e futuras sobre o que o movimento da
aids alcançou nas últimas três décadas.
Finalmente, o
Memorial pede para trabalharmos juntos, agora mais do que nunca, para
sustentar, fortalecer e revitalizar nossa resposta mundial ao HIV, olhando para
frente e preparando nosso futuro livre do estigma e discriminação relacionados
ao HIV e com acesso universal a toda a gama de direitos humanos, incluindo
serviços de prevenção, tratamento e cuidados de qualidade para todos. E para
que todos “tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10b).
Texto adaptado e
organizado por: Prof. Francisco José Corrêa de Araújo, OFS
Publicado em: http://pastoralaidsnorte2.blogspot.com.br/2018/05/refletindo-sobre-o-nosso-passado.html
FONTES:
ACIDIGITAL. Papa
pede pra rezar pelos enfermos de aids. DISPONÍVEL EM: . Acesso: 09 de maio de
2018.
ATIVO SAÚDE. HIV
e Aids no mundo. DISPONÍVEL EM: . Acesso: 09 de maio de 2018.
BÍBLIA SAGRADA.
40a Edição. São Paulo: Ave Maria, 1982.
BRASIL,
Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico. 2017. DISPONÍVEL EM: <
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2017/boletim-epidemiologico-hivaids-2017>.
Acesso: 09 de maio de 2018.
CANDLE LIGTH
MEMORIAL 2018. DISPONÍVEL EM: . Acesso: 09 de maio de 2018.
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