Do sul, do norte, do oeste e do leste. De todo lugar. Inspirados na
música do Padre Zezinho, representantes de todas as regiões do Brasil
reuniram-se em Porto Alegre (RS), no último final de semana, para
participar do VI Seminário de Incidência Política da Pastoral Nacional
da Aids. O evento realizou-se na sede da Inspetoria Nossa Senhora
Aparecida e teve como tema “Formação, engajamento e participação
política”.
Promovido com apoio do Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais e conduzido pela equipe da Casa Fonte Colombo, o
encontro oportunizou aos participantes um espaço de diálogo, reflexão e
mobilização, centrado no objetivo de responder à pergunta que foi lema
do seminário – Política de Aids: Para onde Vamos?
Os principais
tópicos discutidos durante os três dias de debate foram a defesa da
democracia, o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a
consolidação da rede de atenção básica como forma de descentralizar o
atendimento. De acordo com a coordenação nacional, a intenção é de que
as deliberações definidas sejam apresentadas à sociedade através dos
agentes. “O intuito é de que se possa levar essas temáticas às bases,
para que comecem a ganhar corpo, tornando-se pauta nas instâncias dos
municípios, dos estados e da união”, afirmou o Frei Luiz Carlos Lunardi,
assessor nacional da Pastoral.
De todos os cantos do país
O
encontro recebeu agentes de 18 estados da federação. Dentre eles, a
representante da Pastoral na Arquidiocese de Campo Grande (MS), Giovanna
Santos, que classificou a participação como “uma experiência
maravilhosa”. “Aprendi muito com os temas abordados e espero levar esse
clima fraterno para o trabalho da toda a equipe que está sendo formada
em Campo Grande”, declarou.
Na mesma linha, o representante da
Arquidiocese de Manaus (AM), Eduardo Soares, ressaltou que o evento é
uma oportunidade de partilhar boas experiências. “A partir de cada
realidade, entendemos que podemos melhorar e percebemos que, nesta
caminhada, ninguém está sozinho”, disse ele. “Também precisamos estar
atentos ao processo político, sempre atuantes na cobrança para garantir
os avanços necessários”, completou.
Representação Política
Como resultado das reflexões e dos anseios dos agentes pastorais, foram
elaboradas coletivamente três cartas representativas. Apresentando um
balanço do seminário, a “Carta de Porto Alegre” expressa uma mensagem
simbólica que se reforça o “compromisso com a democracia alicerçada em
instituições sólidas, independentes e imparciais” e conclama a população
“a se juntar na luta dos movimentos populares no combate a retirada dos
direitos sociais, uma conquista histórica e base de uma sociedade
democrática”.
Os outros dois documentos são direcionados diretamente
à instância política. O primeiro é um manifesto contra a Proposta de
Emenda à Constituição 241/2016, que dispõe sobre o Novo Regime Fiscal,
classificada como “capaz de inviabilizar a saúde pública no Brasil” e
“uma ameaça ao SUS e aos direitos do povo brasileiro”.
O segundo,
uma carta aberta ao Congresso Nacional, pede o arquivamento do Projeto
de Lei 198/2015, que trata como crime hediondo a transmissão intencional
do vírus HIV, justificando que “esse tipo de legislação afasta as
pessoas da testagem e do tratamento, além de desencorajá-las revelarem
sua condição sorológica.”, causando um “impacto negativo” na saúde
pública e nos direitos humanos.
Disposições Finais
No
encerramento do encontro, Frei Lunardi lembrou que o comando e, por
consequência, a sede nacional da Pastoral da Aids serão transferidos da
capital gaúcha em outubro próximo. As regionais Nordeste 1 (Ceará) e
Leste 1 (Rio de Janeiro) são as mais cotadas para sediar a Pastoral a
partir de então.
Texto: Paulo Egidio (Especial/Pastoral da Aids)
Fotos: Equipe Coordenação da Pastoral da Aids
Texto original publicado por Roberto Silva em 18 de Agosto de 2016 às 08:37
disponível em: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1109382755798473&id=685543904849029&substory_index=0
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